A acção Missionária em Angola desde meados do Séc. XVIII a meados do Séc. XIX esteve bastante condicionada às dificuldades das congregações religiosas portuguesas. Foi nesse tempo que o Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas de Portugal e, posteriormente, foram extintas as ordens religiosas por iniciativa de Joaquim António de Aguiar.
Não obstante tais dificuldades, existiram em meados do Séc. XIX alguns projectos missionários, a maior parte dos quais foi votada ao fracasso pelos mais variados motivos.
A situação viria a alterar-se substancialmente no último terço do Séc. XIX com o reconhecimento por parte do estado português do papel fundamental dos missionários na educação e no relacionamento com os povos nativos africanos.
Os primeiros missionários da Congregação do Espírito Santo (Espiritanos) em Angola foram dois padres e um agregado de origem francesa, decorria então o ano 1866. O governo francês entregou-lhes uma elevada soma monetária, tendo estes embarcado para Angola, via Lisboa, sob a alçada do Estado Português. Apesar da boa receptividade em Angola, levantaram-se inúmeras dificuldades burocráticas a estes pioneiros, em parte devidas a temores infundados de ingerência estrangeira (na altura havia grande disputa territorial em África por parte das principais potências europeias). Esses factos bem como as doenças graves de alguns desses missionários, levou a que a primeira experiência dessa congregação em Angola terminasse por volta de 1870.
A partir de meados da década de 70 daquele século os Espiritanos regressaram a Angola, tendo então a sua actividade um forte incremento, como o comprova a fundação de um seminário para a formação do clero nativo. Nas décadas de 80 e 90 do séc. XIX deu-se uma expansão considerável do seu campo de acção a várias localidades e províncias incluindo o Libolo em 1893. Houve também desta vez alguns entraves à presença dos missionários, quer por parte das autoridades quer por parte dos nativos, que se foi dissipando com o tempo e com o extraordinário trabalho desenvolvido que se prolongou até aos dias de hoje.
A presença dos primeiros missionários Espiritanos no Libolo está datada de 1891, ano em que estabeleceram relações diplomáticas com alguns sobas da região. Foi assim que em finais de 1893 se instalou a igreja Santo António do Libolo, fundada pelo padre Manuel José de Sousa que foi pouco depois substituído pelo padre Martinho Wiender, que viria a falecer na Missão Católica do Libolo em 1897. Sucederam-se primeiro o padre Emílio Callewaert e mais tarde o padre Eduardo Georger.